Ju Ferraz: Tentando viver o normal após o “novo normal”

Pós-Covid requer uma preparação para o mundo diferente que encontraremos lá fora
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Ju Ferraz: Tentando viver o normal após o "novo normal"
Viveremos de uma forma diferente em nosso lar, estaremos juntos fisicamente em vários momentos, mas talvez não da forma “desprotegida”, como vivíamos

Sua casa virou seu escritório, sua academia de ginástica, seu shopping center e seu cinema? A minha também. Como é louco conviver com isso tudo, quase um ano e meio depois do começo da pandemia, né? Eu sempre fui uma pessoa que gosta de sair porque trabalho com eventos, crio experiências… Tenho prazer em ver os outros se encantarem, se emocionarem e guardarem lembranças das experiências criadas pela Holding Clube — empresa que eu trabalho e sou sócia.

Hoje, um ano e meio desde o começo da pandemia, é impressionante como a minha residência virou o centro de tudo! É nela que acordo e durmo trabalhando, vejo os lançamentos do mês da Netflix ou de qualquer outro serviço de streaming. É na minha casa que eu vejo meu filho crescer, que cozinho para passar o tempo, que crio conteúdos para minhas redes sociais e textos, como esses que venho escrevendo para o Elas Que Lucrem.

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E como é que eu me sinto depois disso tudo? É até interessante, porque sair de casa, hoje, me incomoda um pouco. Ainda tenho muito receio, porque às vezes preciso ir para reuniões e encontrar clientes, mas me sinto insegura, desprotegida e desconfortável com o mundo lá fora. Não acho que existe certo ou errado com relação a esses sentimentos, mas existem muitos questionamentos desses novos hábitos e falta de perspectiva nesse sentido.                                         

O meu dia a dia em casa, atualmente, é muito cômico: as minhas roupas mudaram, hoje tenho uma coleção de pijamas e looks confortáveis para minhas reuniões; depois delas, geralmente faço lives, gravo alguns vídeos ou faço uma maquiagem usando muitos acessórios. Também tenho dedicado um tempo à jardinagem e decoração de mesas com pratos e arranjos diferentes, para me distrair. Invento pequenos prazeres sem parar! Criei um altar de velas aromatizadas para passar os dias e as noites no meu lar, comecei a criar ainda mais plantas e cactos, faço listas e mais listas de filmes e livros, e vou vivendo a minha vida assim.

Mas sempre me pergunto, como vai ser o mundo pós-Covid? Como vai ser esse equilíbrio entre o viver em casa, o morar em casa e o voltar à vida fora de casa?  A verdade é que não temos muitas respostas, mas acho que os costumes serão modificados, até porque eles já estão modificados, não é mesmo? Imagino que perceberemos a vida de uma forma diferente.

Viveremos de uma forma diferente em nosso lar, estaremos juntos fisicamente em vários momentos, mas talvez não da forma “desprotegida”, como vivíamos. Acredito muito que o álcool gel e as máscaras seguirão conosco por longos e longos anos. Creio também que sempre estaremos pensando se algum novo vírus ou se novos problemas, como uma outra crise, virão. Acho que estaremos mais preparados, mais atentos e, por outro lado, com muita vontade de viver, de abraçar os amigos, de beijar, de dançar, de suar, de estarmos presentes por inteiro!

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Por enquanto, só estamos presentes por inteiro em casa. A pandemia provocou situações horríveis, mas não posso negar que o isolamento social me fez enxergar as coisas por um outro olhar, por novas perspectivas. Foram muitas reflexões sobre diversos assuntos, e eu acredito que essas considerações me ajudaram em muitos aspectos da minha vida, a enxergar as coisas com mais pé no chão, mas sempre com muita esperança.

Estou escrevendo esse texto em primeira pessoa, porque é engraçado o quanto eu tenho me sentido segura e confortável nessa vida dentro de casa. Porém, também sei da importância de me relacionar, de tornar os meus encontros virtuais em encontros físicos, de ver um show da minha banda preferida, de ir para um evento realizado pela empresa que sou sócia… Quem sabe assim, a gente volte a sorrir, sem pensar no amanhã.

Ju Ferraz é diretora de novos negócios e de relações públicas da Holding Clube

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