Francine Mendes: Entenda por que atualmente vale mais a pena investir em imóveis usados do que na planta

Diante do atual cenário econômico do país, custos para construções imobiliárias estão cada vez mais altos
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Investir em imóveis, sejam eles na planta ou usados, é sempre uma dúvida frequente para a maioria das pessoas, principalmente para famílias que buscam concretizar novos planos em conjunto.

O estudo de finanças comportamentais mostra que boa parte da população procura em seus negócios uma sensação de pertencimento e, por isso, priorizam a aquisição de bens próprios. Em contrapartida, pela lógica de investimentos, há aqueles que preferem alugar um imóvel e aplicar capital em outras opções mais rentáveis.

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Antes de pensar em adquirir uma propriedade, caso seja uma decisão coletiva, é preciso que todos entrem em comum acordo e analisem o melhor caminho. É necessário optar por algo que seja compatível com o orçamento e os desejos pessoais de cada um. 

Imóvel usado ou na planta?

Porém, ao estudar a compra de imóveis dentro do atual contexto econômico do país, diversos fatores devem ser considerados. Nos dias de hoje, a aquisição de edificações na planta é algo pouco atrativo e rentável. 

O investimento em uma casa pode ser categorizado como uma aplicação, dependendo de cada situação, lembrando que uma inversão ativa é aquela em que ao aplicar capital, se obtém um retorno imediato direto referente ao valor, enquanto investimentos passivos necessitam de uma aplicação de capital contínuo para o rendimento. 

Devido a alta inflação que o Brasil enfrenta, na taxa dos 8%, o custo para a aquisição de um imóvel na planta e sua construção está muito acima da média nos últimos meses. Isto porque a construção de um edifício do zero necessita de materiais brutos, commodities como insumos, ligas, minérios de ferro e cobre.

A elevação do custo do dólar também faz com que produtores brasileiros prefiram exportar os materiais para fora, com demanda maior em outros países, aumentando o preço de commodities em solo nacional. Ou seja, construir uma casa está cada vez mais caro. 

Tentando se recuperar da pandemia de Covid-19, as economias globais estão colocando muito dinheiro em circulação para expandir o mercado financeiro, gerando mais emprego e renda, consequentemente aumentando a capacidade de lucro populacional para quitar a dívida pública.

Outro risco que ocorre com imóveis na planta é o prazo de entrega. Com a crise e alta dos preços, construtoras podem adiar a data final de entrega, em algumas ocasiões até mesmo sem terminar de construir o imóvel por motivos financeiros, colocando os compradores em filas de espera para ressarcir o investimento aplicado. 

Em contrapartida, o preço de imóveis usados vem caindo diante do cenário econômico brasileiro atual. Com o endividamento privado chegando a 63% da população, muitas pessoas começaram a vender seus imóveis, se desfazendo dessas aquisições por preços até 30% menores. 

Com um bom corretor, localidade e taxa de juros, vale a pena pensar em investir em imóveis usados atualmente. Porém é preciso analisar o estado da propriedade, pois caso seja necessário uma reforma, é perigoso cair no ciclo de construção e acabar gastando muito com os preços de commodities ainda em alta. 

É importante pesquisar as taxas de juros em pelo menos quatro instituições diferentes, com corretores de confiança e, caso seja possível, também dar uma entrada maior na transação. 

Quanto maior o dinheiro de entrada, menos é o valor financiado e menos juros irão ser aplicados. O recomendável é dar no mínimo 30% de entrada. Negociar taxas de juros e fazer comparações antes de fechar o negócio é essencial. 

Investindo o dinheiro da compra de imóveis 

Também há outras opções para quem busca comprar imóveis a fim de lucrar com o valor do aluguel. Investindo em fundos imobiliários, é possível garantir uma rentabilidade ainda maior, já que ao comprarmos propriedades para alugá-las posteriormente, é preciso custear o imposto de renda, enquanto no fundo imobiliário não existe esta necessidade. 

Caso a opção escolhida seja a compra de uma propriedade para o aluguel, escolha algo bem localizado e centralizado, mas tenha cuidado. Um imóvel para alugar se torna um investimento ativo e, para morar, passivo. Tudo depende da estrutura familiar, de como se configura a situação econômica da família.

É preciso considerar a rentabilidade da compra, sua liquidez: é fácil vender se você comprou para investimento? Vai ter volatilidade devido ao mercado?

E, pensando em investir um dinheiro para comprar um imóvel, algumas boas opções são: renda fixa, pensando no prazo de quantos anos você quer investir antes comprar, LCIs a partir do mercado secundário, em que investidores que compraram previamente vendem seus títulos para plataformas, que as revendem com melhores preços. LCIs em boas instituições garantem Fundo de Garantia de Crédito, o que é uma boa opção. 

Francine Mendes é economista formada pela Universidade Federal de Santa Catarina e especialista em educação financeira para mulheres. Ela possui mestrado em Psicanálise do Consumo pela Universidad Kennedy e é CEO e idealizadora da Elas Que Lucrem

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