A nossa dependência da China

Notícias quentes sobre o mercado financeiro, por Luciene Miranda
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Ainda não conversamos sobre a China. E esta conversa é séria.

Os indicadores do país asiáticos SEMPRE devem ser olhados com muita atenção. Por quê?

O Brasil tem como base de sua economia a produção de commodities. E a exportação destas commodities.

Commodities são matérias-primas para a indústria que, de tão importantes, têm cotação internacional.

Produzimos uma série de commodities, mas nosso forte aqui é a soja, o minério de ferro e o açúcar.

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A China é nosso principal consumidor. Tudo o que produzimos de commodities, vai quase tudo para lá abastecer aquela enorme população.

Então, os indicadores econômicos chineses têm quase o mesmo peso para os negócios na bolsa brasileira que os dados daqui. Às vezes, o peso é até maior.

A China anunciou o Produto Interno Bruto, o PIB, que é a soma de todos os produtos e serviços naquele país durante um período. De julho a setembro, o PIB chinês cresceu 4.9% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado.

A comparação com o trimestre anterior é ainda mais desanimadora. De abril a junho deste ano, o PIB de lá cresceu 7,9%.

Parte dos economistas esperava este resultado. Mas uma outra parcela aguardava um PIB chinês maior o terceiro trimestre.

O que deu errado? Por que a recuperação da economia chinesa não seguiu o ritmo do primeiro semestre?

Evergrande.

A gigante de setor imobiliário que deu o maior calote nos credores em todo o mundo fez o governo chinês reduzir os empréstimos para o segmento por cautela. O setor imobiliário responde por 25% do PIB daquele país.

E o que temos com isso? Nosso minério de ferro vai quase todo para lá suprir este setor.

Outro problema lá é a crise energética. A China enfrenta racionamentos e até apagões devido à falta de carvão que é a matriz energética daquele país. O preço desta commodity poluidora disparou e a oferta do produto não acompanha o ritmo de maior produção nas fábricas chinesas.

A produção industrial lá, divulgada esta manhã, também desapontou. Registrou 3,1% no terceiro trimestre, abaixo da expectativa do mercado que era de 3,8%. Sem energia, as fábricas param.

O Brasil também enfrenta uma crise energética ligada à escassez de outra matriz que é a água.

Então, cabem duas reflexões.

Nossa dependência econômica da China é correta? Um mercado exportador diversificado seria mais saudável ao país, mas não vemos um plano político neste sentido. Independentemente do governo.

Um gigante feito a China depender apenas de uma matriz energética está correto? E o Brasil depender da água contando com poucas e caras usinas termoelétricas para compensar o fornecimento?

Merecemos pagar tão caro pela energia?

Caímos sempre na questão da dependência e de como ela é nociva.

Vamos acompanhar o andamento dos negócios na bolsa brasileira hoje e ver qual será o impacto destes dados chineses.

Agora, atenção ao noticiário corporativo:

Americanas (LAME3, LAME4) dispara de alta na bolsa após notícia cedo de reorganização societária com fusão de Americanas S.A. (ex-B2W) e Lojas Americanas antes mesmo da listagem planejada em bolsa norte-americana, Nasdaq ou NYSE.

B3 (B3SA3) anunciou que vai estender o horário do pregão em uma hora a partir de 8 de novembro para acompanhar o fechamento das bolsas norte-americanas com o fim do horário de verão naquele país.

Hapvida (HAPV3) anunciou programa de recompra de até 100 milhões de ações até 15 de abril de 2023.

JSL (JSLG3), subsidiária da Simpar (SIMH3), anunciou a incorporação de ativos da Rodomeu e da Unileste.

Hidrovias do Brasil (HBSA3) anunciou esta manhã que o conselho de administração aprovou sua primeira emissão de debêntures simples, em duas séries, no valor de R$ 380 milhões com vencimentos em 7 e 10 anos. Os recursos serão usados para financiar despesas ou dívidas relacionadas à implantação e adequação do Terminal STS20 no Porto de Santos, em São Paulo. O terminal está em fase de reformas e modernizações e deverá ter começar a operar em 2022, segundo a companhia.

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