Qual é a solução para a inflação?

Grande temor dos brasileiros, aumento dos preços pode ser revertido, mas é preciso tempo
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A inflação é um dos problemas mais nocivos para a economia de um país, uma vez que impacta diretamente a renda da população e, consequentemente, seu poder de compra. Ao fazer isso, provoca uma bola de neve: as pessoas compram menos, as empresas produzem quantidades menores e as receitas caem. Para se manterem vivos, os negócios fazem ajustes que, quase sempre, passam pelo corte de pessoal. O desemprego aumenta, as pessoas compram menos ainda e o ciclo de deterioração segue o fluxo.   

Na última coluna, falamos sobre o que causa a inflação.  Agora, vamos discutir as principais medidas que o governo poderia adotar para controlar a alta de preços, tema que vem nos acompanhando – e preocupando – nos últimos meses.

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O principal mecanismo usado pelos estadistas para controlar a inflação é o aumento da taxa básica de juros – aqui no Brasil, a famosa Selic. Como ela influencia os demais índices do país, quando o governo decide pelo aumento, empréstimos e parcelas rotativas dos cartões de crédito ficam mais altas. Uma atitude que freia o consumo e, consequentemente, promove um maior controle da inflação.

Além disso, a elevação da taxa Selic também provoca o aumento da rentabilidade dos investimentos de renda fixa pós-fixada (como o Tesouro Selic e os CDB’s). Dessa forma, a população tem mais incentivo para investir e poupar dinheiro – em vez de sair gastando. Isso também ajuda os preços a caírem – a tal lei da oferta e da procura.

Por fim, o aumento da taxa básica de juros impacta, ainda, o dólar. Com menos dinheiro em circulação e a renda fixa com boa rentabilidade, o real passa a valer mais – um bom sinal para os investidores interessados no país. Esse interesse aumenta o fluxo de entrada da moeda norte-americana por aqui, o que reduz seu custo e, consequentemente, o valor dos produtos importados e da produção (quando os insumos são importados).

Você deve estar se perguntando por que, então, isso não está surtindo efeito por aqui. É preciso ter em mente que, quando o assunto é economia, as medidas adotadas não têm efeito imediato. Mesmo com o recente aumento das taxas de juros no Brasil, ainda vai levar alguns meses para que a inflação comece a cair. Além disso, o governo demorou para tomar essa atitude. Em maio, quando houve o primeiro aumento da Selic, a inflação já estava instaurada.

Claro que existem outras ferramentas que podem ajudar nesse processo de controle, como o congelamento dos preços – ou seja, a determinação, pelo governo, de um teto máximo para cada produto. No entanto, aqui no Brasil essa medida já se  provou um enorme fracasso econômico, capaz de provocar uma crise de desabastecimento.

O governo também pode reduzir os impostos, que, em determinados casos, chegam a 30% do preço final de alguns produtos ou serviços. No entanto, essa é uma medida pouco aplicada em países que têm gastos elevados como o Brasil, já que o Estado passaria a arrecadar menos dinheiro para financiar todo o sistema público.

A economia é um jogo, como um quebra-cabeça, no qual as peças estão interligadas. Por isso não é tão simples encontrar uma solução para o problema da inflação, que já chega a 10,67% no acumulado dos últimos 12 meses. Mas, se há algo que podemos aprender com essa nova crise econômica, é que quanto mais rápido buscarmos soluções, mais cedo resolveremos o problema. Afinal, depois que o estrago está feito, mais difícil fica consertar.

Carol Proença é estudante de economia e especialista de investimentos certificada

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