5 passos para montar o plano de negócios perfeito

Planejamento é indispensável para elaboração de estratégias mais eficazes em meio a crises ou expansões
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Empresas com anos de atuação podem e devem apostar no planejamento (Foto: Pexels)

Todo mundo diz que o combinado não sai caro, e isso vale também para a vida profissional.  Por isso, na hora de abrir uma empresa, é essencial que o empreendedor se dedique a criar um plano de negócios. Com ele, o planejamento do empreendimento se tornará muito mais  assertivo, permitindo a multiplicação dos ganhos e reduzindo a chance de surpresas no meio do caminho. 

Além de facilitar a criação de uma estratégia personalizada, a iniciativa é importante para evitar erros e ações precipitadas relacionadas à falta de análise. “Um ‘business plan’ permite que o empreendedor identifique e restrinja seus erros no papel, em vez de cometê-los no mercado”, explica a analista de negócios do Sebrae-SP Jurema Villa.

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Assim, o plano de negócios nada mais é do que um documento que traz informações relevantes para o andamento do empreendimento, fornecendo uma visão mais ampla dos aspectos envolvidos no negócio. Entre seus componentes costumam estar itens como descrição da ideia, propósito da marca, público-alvo, valores, posicionamento, logística, custos, etc. “A criatividade é um ativo importantíssimo, mas de nada adianta uma ideia incrível se ela não é viável. O business plan serve principalmente para isso: para colocar essa ideação muitíssimo bem estruturada no papel e, a partir daí, validar ou não sua ideia no mercado — e atrair investimentos, a depender do caso”, afirma Mariana Achutti, CEO da Sputnik, companhia focada em educação corporativa. 

Por outro lado, as especialistas destacam que a ferramenta não é exclusividade de marcas e empreendimentos recém-criados. Empresas com anos de atuação podem e devem apostar no planejamento, principalmente se a intenção for expandir o negócios ou superar cenários de dificuldade como a pandemia. “Lewis Carroll tornou célebre a frase dita pelo Gato Cheshire à Alice: ‘Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve’. A falta de planejamento é mais ou menos isso para a vida de um empreendedor”, destaca Jurema. 

Com base nisso, veja, a seguir, 5 passos para montar o plano de negócios perfeito:

Reconheça sua importância

O primeiro passo para montar um plano de negócios é entender o seu conceito e reconhecer a sua importância para o empreendedorismo. “Na fase inicial, o objetivo de um bom planejamento é assegurar a viabilidade da ideia. Depois, o documento é de uma ajuda vital para manter, na medida do possível, o controle e a gestão eficazes de seu negócio”, diz Mariana. 

Por ter um caráter multiuso, a ferramenta pode tanto auxiliar na elaboração de um novo orçamento e estratégia de marketing quanto guiar o recrutamento de mais membros para a equipe. Além disso, ela pode servir para que funcionários e investidores tenham uma visão mais ampla do que está acontecendo. 

Dessa forma, ter em mente o motivo pelo qual o documento está sendo desenvolvido também funciona como um incentivo para que seja aplicado esforço e comprometimento.  “Imagine a preparação para uma pequena viagem: você deverá pensar o que colocar em sua mala, seja um traje de praia ou campo, levando em consideração os aspectos climáticos, entre outros. Ou seja, o guarda-roupa deverá se adequar conforme a situação. Isso não deixa de ser um planejamento”, ilustra Jurema. “Agora imagine para quem quer abrir uma empresa ou expandir o que já tem. Nesse caso, o ideal é elaborar um planejamento sempre que necessário. Assim, é imprescindível buscar o máximo de informações possíveis sobre a área em que pretende atuar”, completa. 

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Use dados objetivos para criar a proposta da empresa

O segundo passo está ligado à própria idealização da empresa. Isso quer dizer que o business plan demandará uma ideia muito clara a respeito dos objetivos, valores e propósitos da marca que está sendo criada ou expandida. “A falta de detalhamento é um dos erros que rege a maioria dos planos de negócio. Não há problema algum em seguirmos um script, desde que estejamos seguros de que ele abraça todos os pontos fundamentais do nosso empreendimento”, ressalta Mariana. 

Para que o planejamento seja eficiente, é importante ainda que as decisões a respeito do público-alvo, preço, localização e demais fatores ligados à operação sejam pautados em dados objetivos – algo que, a depender da proporção da empresa, só será possível com a encomenda de pesquisas específicas. “Uma ideia é diferente de uma oportunidade de negócio e deve ser devidamente analisada”, afirma Jurema. 

De qualquer modo, as especialistas recomendam que sejam usadas informações realistas e palpáveis, afastando-se do senso comum ou de impressões individuais. “É melhor pecar pelo excesso do que pela omissão de algum ponto estrutural. Isso vale para a viabilização da ideia e, principalmente, para a percepção de confiança das partes interessadas”, completa a CEO. 

Não deixe de fora os tópicos obrigatórios

Em seguida, é hora de montar a estrutura do plano de negócios. Nesse quesito, é importante ficar de olho nas informações obrigatórias para que o conteúdo seja o mais completo e útil possível. De acordo com o guia do Sebrae, os tópicos a serem incluídos são:

  • Sumário executivo: o capítulo inicial deve contar com um resumo dos principais pontos do plano de negócio, além de informações sobre os empreendedores e o empreendimento, incluindo missão, capital social, fonte de recursos, enquadramento tributário, forma jurídica e setores de atividades; 
  • Análise de mercado: em relação ao meio de atuação, é importante explorar as características dos clientes, dos concorrentes e dos próprios fornecedores; 
  • Plano de marketing: já para a elaboração da estratégia de marca devem ser descritos os serviços ou produtos oferecidos, o preço, a localização do negócio e a estrutura de comercialização, assim como potenciais promoções;
  • Plano operacional: para detalhação da operação é necessário desenvolver itens relacionados à capacidade produtiva, demanda de funcionários e espaço físico, e, por fim, os próprios processos envolvidos na criação ou prestação do serviço;
  • Plano financeiro: um dos principais tópicos da lista, o capítulo relativo a finanças deve contar com uma gama variada de informações a respeito dos gastos e ganhos do negócio. Alguns dos pontos de destaque são estimativas de rentabilidade, lucratividade, capital de giro, ponto de equilíbrio e custos;
  • Construção de cenários: uma vez que o plano de negócios esteja quase concluído, é hora de simular situações otimistas e pessimistas, traçando um plano B para superar ou potencializar cada resultado. 

Se preferir, aposte no visual

Com tanta informação, muitos empreendedores acabam preferindo dar uma repaginada no seu plano de negócios. Essa acaba sendo uma opção interessante principalmente quando a intenção é exibir o planejamento para pessoas de fora do âmbito administrativo, já que os dados ficam mais ilustrativos e até mais fáceis de compreender.

Uma das ferramentas mais usadas para isso é o Business Model Canvas, modelo criado pelo consultor Alexander Osterwalder no início dos anos 2000. Em suma, a ideia é transformar o conteúdo dos tópicos acima em um gráfico com apelo visual, reunindo todas as informações em uma única página. 

A proposta original é que a criação do design seja coletiva, de modo que cada representante de cada segmento (marketing, finanças, operações, etc) fique responsável por elaborar um dos itens. No entanto, nada impede que ele seja feito apenas pelo líder do negócio. Em ambos os casos, os templates podem ser desenvolvidos em plataformas de criação online como o Canva, Adobe Spark e Trakto. 

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Lembre-se que não há garantias

Ele pode ser essencial para evitar armadilhas ou erros de estratégia, mas a verdade é que nem um plano de negócios perfeito garante o sucesso do empreendimento caso a própria operação e administração não atinjam as expectativas iniciais. 

Com isso em mente, é válido ressaltar que não se trata apenas de como criar um business plan – e sim de como usá-lo depois. “Para obter sucesso nos negócios é necessário conhecer seu segmento a fundo, buscar informações constantemente, cuidar da mente, emoções e sentimentos, além de desenvolver seus comportamentos empreendedores e  traçar metas para atingir seus objetivos”, finaliza a analista do Sebrae. 

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