fevereiro 20, 2023 | por EQL
ATENÇÃO: O texto inclui assunto sensível e pode causar gatilho.
Crise, desequilíbrio, instabilidade, colapso, aperto, apuro. Dependendo do momento de vida em que você está, pode ter pensado em situações diversas ao ler essas palavras: economia, finanças, ou sensações, medos, problemas de saúde mental. Não é atoa que essas expressões podem ser utilizadas para descrever mais de uma situação. Na correria do dia a dia talvez você nunca tenha de fato parado para analisar com calma, mas a verdade é que sua realidade financeira interfere (e muito!) na sua saúde mental e emocional.
Uma prova está nos números. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, 80% dos casos de suicídio são reportados em países de baixa e média renda. E você pode até pensar que não se passa de uma mera coincidência, mas não é simples assim.
Uma pesquisa realizada pela Money and Health Research, em 2019, mostrou que pessoas com problemas financeiros têm três vezes mais probabilidade de pensar em suicídio do que aquelas com uma situação econômica mais tranquila.
E não para por aí. Um estudo publicado em 2013 pelo British Medical Journal reuniu as estatísticas de 54 países e mostrou que, em 2009, foram registrados 4.900 suicídios a mais do que a média registrada nos últimos anos. Esse aumento aconteceu logo após a famosa e temida crise de 2008.
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O que acontece é que, em tempos de recessos econômicos, a tendência é que toda a nação entre em algum tipo de crise emocional em conjunto. Afinal, todo e qualquer plano que bolamos pensando no futuro passa, em alguma medida, por questões financeiras.
E é justamente nesses momentos de crises conjuntas que as taxas de suicício cresce, já que problemas individuais podem ser potencializados por crises coletivas ou, até mesmo, uma pessoa que já vem lutando com alguma questão olha para fora e, ao ver o cenário nada animador, acaba “desistindo” de forma mais rápida de lidar com as próprias questões.
Os dados que relacionam saúde mental com as finanças são muitos, mas seus efeitos na prática às vezes não são tão claros. Mas o que acontece é que problemas relacionados ao dinheiro tendem a impactar negativamente a saúde mental das pessoas e esse impacto, se não cuidado devidamente, pode levar a pensamentos e comportamentos suicidas.
O que podemos fazer para melhorar essa situação?
Em um cenário econômico de crise pós-pandemia de covid-19, é natural que esses dados te deixem levemente assustada. Afinal, por mais que estejamos aos poucos recuperando a economia, as perdas financeiras (isso sem contar nas vidas, vivências e questões emocionais) foram enormes. O lado bom é que o suicídio pode ser reversível quando tratado na hora certa.
O primeiro passo é, caso esteja enfrentando algum pensamento relacionado ao tema e notando problemas na sua saúde mental, busque ajuda. Hoje é possível encontrar tratamentos psicológicos e terapeutas gratuitos ou com valores baixos online e o acesso a esses tratamentos estão ficando cada vez mais democratizados.
É importante também, além de olhar para si, ficar de olho nos sintomas em pessoas que você conhece e se conecta, oferecendo ajuda caso note algum tipo de comportamento estranho.
Para ficar de olho e saber quando pedir ou oferecer ajuda, esses são os principais sintomas de depressão ou algum problema de saúde mental, que podem levar a cenários piores:
● Insônia ou dificuldade para dormir
● Perda ou ganho de peso de forma incomum
● Depressão
● Ansiedade
● Dificuldade em se relacionar com as pessoas
● Distanciamento social, evitando lugares muito cheios ou até encontros casuais com poucos amigos
● Dores físicas, como dores de cabeça, problemas gástricos, diabetes, pressão alta, entre outros
Lembre-se: pedir ajuda frente a um problema nunca é um ato vergonhoso e o quanto antes você correr atrás de curar problemas relacionados à sua saúde mental, maiores as chances de resolvê-los e encontrar soluções plausíveis à sua realidade.
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