Dólar sobe mais de 1% ante real com expectativas sobre Fed e Copom

O dólar negociado no mercado interbancário encerrou o pregão em alta de 1,06%, a 5,1207 reais
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O dólar subiu acentuadamente contra o real hoje (11), encerrando a semana com ganhos antes das decisões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil, que serão anunciadas na próxima quarta-feira.

O dólar negociado no mercado interbancário encerrou o pregão em alta de 1,06%, a 5,1207 reais. Essa foi sua maior valorização diária desde 21 de maio (+1,511%), e seu maior patamar para fechamento desde 1° de junho (5,1461). No acumulado da semana, o dólar teve alta de 1,66% contra o real.

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O dólar futuro negociado na B3 tinha alta de 1,41%, a 5,137 reais.

Mauriciano Cavalcante, diretor de câmbio da Ourominas, disse à Reuters que o mercado de câmbio está num momento de espera antes da “super quarta” da semana que vem, quando se encerram os encontros do Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed (Fomc, na sigla em inglês) e do Comitê de Política Monetária do BC (Copom).

“Até a quarta-feira, vamos ver um período de especulação, e o dólar deve ficar oscilando entre 5,05 e 5,10 reais ou até mais”, afirmou.

Na maior economia do mundo, embora analistas esperem que o Fed mantenha sua postura expansionista atual na semana que vem, temores de superaquecimento econômico têm elevado ruídos relacionados a um possível aperto monetário precoce por parte do Federal Reserve.

Dados de quinta-feira mostraram que o índice de preços ao consumidor norte-americano subiu 0,6% no mês passado, após alta de 0,8% em abril, que havia sido a maior taxa desde junho de 2009.

Por outro lado, no Brasil, está claro para os investidores que o Banco Central vai dar continuidade à alta dos juros. Uma pesquisa da Reuters com economistas estima que a autarquia anunciará o terceiro aumento consecutivo de 0,75 ponto percentual na taxa Selic na próxima semana, e possivelmente vai indicar um ciclo mais agressivo à frente ao abandonar seu compromisso com uma “normalização parcial” da política monetária.

A expressão, empregada pelo BC em suas últimas publicações, significa, basicamente, “o aumento da taxa de juros com certo grau de estímulo econômico”, explicou em nota Gustavo Sung, economista da Suno Research. “Porém, com a melhora das perspectivas de crescimento e o mercado começando a enxergar uma inflação acima da meta em 2022, o ajuste parcial deveria ser revisto.”

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Na segunda-feira, a pesquisa Focus do Banco Central mostrou que o mercado elevou com força a expectativa de crescimento econômico do Brasil em 2021 depois de dados melhores do que o esperado sobre a atividade divulgados na semana passada.

Na frente da inflação, números de quarta-feira mostraram que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,83% em maio, resultado mais forte para o mês desde 1996.

Segundo Sung, “a alta dos juros deve impactar positivamente os retornos dos ativos brasileiros, incentivando a vinda de capital estrangeiro”, e “com a maior entrada de dólares na economia, a tendência é de valorização do câmbio…”

Apesar de ter encerrado a semana em território positivo, o dólar chegou a cair para 5,0352 reais na venda na terça-feira, seu menor patamar para encerramento desde 10 de junho de 2020 (4,9398 reais).

(Com Reuters)

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