10 fundos de investimentos com melhor desempenho no primeiro semestre de 2021

Performance depende das escolhas de ativos que fazem parte da carteira, assim como do cenário político e econômico Brasil afora
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Os fundos são investimentos coletivos, ou seja, várias pessoas aplicam seu dinheiro em conjunto para que o total seja investido em ativos financeiros, como ações, CDBs, debêntures, moedas, derivativos e até produtos estrangeiros. A soma do dinheiro dos investidores forma o patrimônio do fundo, que é gerido por um profissional qualificado.  

Essas aplicações são atrativas para diferentes perfis de investidores porque oferecem diversificação, uma das premissas básicas para melhorar a rentabilidade de um portfólio de investimentos. 

Existem vários tipos de fundos, que são classificados de acordo com suas carteiras (a composição dos tipos de ativos que investem) e os fatores de risco aos quais são expostos. 

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Por possuírem diversos tipos de aplicações, os desempenhos dos fundos de investimentos variam constantemente e dependem dos acontecimentos econômicos, índices nacionais e internacionais, cotações de moedas e políticas monetárias. 

A EQL conversou com a assessora da Genial Investimentos, Cláudia Carvalho, sobre os fundos com os melhores desempenhos no ano e os fatores que influenciaram em suas performances desde janeiro. 

Os dados foram coletados no dia 15 de julho e podem ter sofrido alterações desde então, mas o principal é entender a relação entre composição do fundo e contexto econômico que permitiu a boa arrecadação. 

Veja 10 fundos de investimentos com melhor desempenho entre janeiro e 15 de julho de 2021. 

1. Helius Lux Long Biased FIC FIM 

Performance no ano: + 42,48%

Gerido pela Hélios Capital, o fundo Helius Lux Long Biased FIC FIM é classificado como multimercado. Isso significa que a carteira de aplicações envolve diferentes ativos em proporções que podem variar de acordo com as análises dos gestores. 

Claudia explica que esse fundo em específico tem uma porcentagem de 43,92% em ações. O Ibovespa, índice que demonstra o comportamento das ações, manteve a tendência de alta entre janeiro até agora. Desde o começo do ano, a média do índice é de 119 mil pontos e já chegou a bater mais de 130 mil, o que é positivo para as ações.  

“O fundo Long Biased tem uma particularidade. ‘Long” é usado como sinônimo para ‘compra’ de ativos que estiverem em alta. ‘Biases’ quer dizer ‘enviesado’, ou com tendência. Então, esse fundo tem um perfil que tende a ter retornos tanto com mercado em alta, quanto em baixa”, explica Claudia. 

O Helius também atua no exterior, com uma posição pequena, mas que contribui para o aumento do desempenho. Segundo Claudia, o cenário internacional se mostrou muito positivo com a retomada da economia em outros países. 

Outra característica que ajudou para uma performance alta desse fundo, foi o investimento de 21% em títulos prefixados atrelados à taxa básica de juros (Selic). “Lembrando que estamos com uma tendência de alta da taxa de juros, o que seria um cenário ruim para comprar esses ativos, porém se o ativo é prefixado de curto prazo, ele pode ser muito interessante porque vai vencer ainda em um momento de alta”, afirma a analista de mercado. 

“Então, esse fundo uniu a alta da bolsa com a alta do mercado internacional e um vencimento curto de letras do Tesouro Nacional a uma taxa interessante.”

2. Exploritas Latam FIC FIA

Performance no ano: + 31,42%

O Exploritas Latam Fic Fim é um fundo de ações. “Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBima), os fundos de ações precisam ter no mínimo 67% carteira em ações, podendo ser à vista, certificados de depósitos de ações, bônus ou recibos de subscrição,  cotas de outros fundos de ações de outros tipos e papéis ligados à ações de mercado.”  A analista de investimentos conta que  62% da carteira é composta por ações, sendo 41,72% em ativos nacionais e outros 20,15% em investimentos no exterior.  

“No exterior a gente teve uma boa recuperação no mercado, internacionalmente falando, por conta da vacinação. Esse fundo pegou essa retomada nas ações externas. Além disso, a alta do Ibovespa durante o ano e os ativos específicos nos quais este fundo investe no Brasil foram muito positivos para o resultado.”

Algumas das ações que compõem a carteira deste fundo são C&A, Copasa, Localweb e Mosaico, empresas que passaram por picos de valorização durante o semestre, o que gerou bons retornos para o fundo. 

3. Hashdex 100 Nasdaq Crypto Index FIM IE 

Performance no ano: + 29,34%

O fundo apresenta 95,81% de investimentos no exterior e 97% dessas aplicações ficam estão no Hashdex Digital Assets, fundo de investimentos que segue o índice Nasdaq –índice que reúne cem das maiores empresas não financeiras da Nasdaq, bolsa norte-americana de companhias do setor tecnológico e digital. “O índice Nasdaq teve um bom desempenho no ano, apesar de ter registrado uma grande queda no curto prazo, contando a partir de maio”, explica Claudia. 

O Hasdex também aplica grande parte de seus investimentos em criptomoedas, mercado que foi afetado a partir de junho, segundo a analista. “Ele vinha muito bem desde janeiro, mas, mesmo com a queda, ainda permanece positivo”. 

A carteira também apresenta pequenas aplicações em títulos públicos, para manter reservas no fundo. Segundo Claudia,  uma das aplicações realizadas pelo fundo é em títulos atrelados ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que registrou uma grande alta nos últimos 12 meses.

4. Tarpon GT FIC FIA

Performance no ano: + 27,59%

Fundo de ações com 71,7% da carteira de investimentos compostas só por ações, mas que são omitidas, dessa forma só os cotistas dos fundos podem acessar a carteira.  Outra característica que Cláudia menciona sobre o Tarpon GT FIC FIA é a presença de  11% em recibos depositários brasileiros (BDR),  certificados que representam ações emitidas por empresas em outros países, mas que são negociados aqui na bolsa brasileira. 

“Não é como se o fundo estivesse com uma ação da companhia estrangeira na carteira, mas tem a posse de um certificado que representa os papéis. O valor da aplicação  oscila conforme o valor do papel, mas não é ele em si que está aplicado na nossa carteira.”

“Não consiste em adquirir uma ação da companhia estrangeira para a carteira, mas ter posse de um certificado que representa esses papéis. O certificado oscila conforme a ação oscila, mas não é ela em si que faz parte do portfólio do fundo”.

A retomada da economia no exterior e as altas no mercado brasileiro de ações explicam o bom desempenho deste fundo. 

5. Kadima Equities FIC FIA

Performance no ano: + 26,36%

“Antes de mais nada, um fundo equities faz parte de uma categoria de fundos que pode investir em empresas que não são listadas na bolsa de valores. O objetivo é desenvolver essas companhias para o futuro e gerar ganhos”, explica a assessora de investimentos. 

Somado a isso, o fundo Kadma tem quase 90% da sua carteira em ações. “Ele tem aplicações importantes em empresas grandes que são listadas na bolsa, como Suzano, Brasil Argo, Embraer, Petrorio, e tantas outras que cresceram muito este ano”. 

Claudia também comenta que o fundo possui pouca participação em papéis de renda-fixa, mas tem investimentos nessa área para formar reservas de dinheiro para liberar para os investidores. 

6. Logos Total Return FIC FIA

Performance no ano: + 23,15%

O Logos Total Return  FIC FIM é um fundo multimercado, com mais 62% da carteira em ações. Há também investimentos em BDRs e no exterior.

Ao somar as boas tendências do mercado de ações e do cenário exterior, o fundo apresentou bom desempenho. Assim como os demais fundos, o Logos também investe em ativos atrelados à Selic, mas em maiores proporções que os já mencionados. 

“O exterior se desenvolveu bem, assim como a inflação. É possível verificar uma progressão da taxa básica de juros, então quem tem investimentos atrelados à Selic, pode identificar uma trajetória de ascendência. Lembrando que o desempenho aumenta em caso de investimentos em títulos prefixados de curto prazo, que é a opção de investimento deste fundo”.

7. Plural Small Caps FIA

Performance no ano: + 21,81%

Com 90,14% de investimento em ações, o Plural Small Caps tem o objetivo de buscar aplicar em empresas de menor capitalização que têm grande potencial de crescimento. 

A lista dos produtos deste fundo não foi disponibilizada, mas o bom desempenho se dá pela boa análise de mercado e consequente aquisição de ações realizada pelos gestores do fundo. 

8. Plural Tech FIA

Performance no ano: + 21,09%

Com o principal objetivo de investir em ações de empresas do meio da tecnologia e com potencial de crescimento, o Plural Tech Fia é um fundo de ações recém criado.  Ele também investe em outras categorias de produtos, como derivativos, cotas de fundos, mercado doméstico e exterior. 

Claudia explica que, por ser um fundo novo, não é possível ter acesso a todos os investimentos realizados pelos gestores, mas ela afirma que as ações do setor de tecnologia desempenharam bem no Ibovespa durante o ano. 

“Ele foca muito em ativos que são de tecnologia, cujo setor teve um desenvolvimento muito bom nesse último ano no Brasil. O fundo também tem exposições à ações no mercado doméstico e no exterior. Isso fez com que ele tivesse um avanço melhor ainda, porque houve um desempenho muito bom nesse cenário aqui e no mercado internacional.”

9. Vinland Long Only FIC FIA

Performance no ano: + 20,86%

Os fundos Long Only têm a maior parte do portfólio em ações, direito de subscrição e cópias de outros fundos. Subscrição é o termo usado quando empresas de capital aberto colocam novas ações à venda no mercado. O direito de subscrição significa que os acionistas que já investiram na empresa  recebem preferência para comprar essas novas ações no mercado secundário, de acordo com a proporção de ações que já possuem e por um preço predeterminado.

Assim, Claudia explica que esse fundo realiza operações de compra com o principal objetivo de adquirir ações mais baratas e vender elas a preços mais altos. 

Segundo a analista, essa operação se beneficiou muito no primeiro semestre, pois houve uma queda das ações em março, mas com boa recuperação nos meses seguintes. “As ações que eles possuem são omitidas e as outras aplicações também. O posicionamento do fundo de comprar ações que estão desvalorizadas, mas com tendência de crescimento, já é uma boa justificativa  para o desempenho”.

Além disso, o fundo possui 43% de aplicações no exterior, o que também foi uma vantagem no primeiro semestre. 

10. Leste Ações Selection FIC FIA

Performance no ano: + 20,01%

Segundo a analista, este fundo seleciona outros bons fundos para compor a carteira de ações. Classificado como fundo de ações, possui 95% do portfólio alocado neste tipo de produto, com a maior parte aplicada nos setores de comércio, petroquímica, têxtil, construtoras, seguradoras, bancos e transportes. 

“A área de construção cresceu muito. Pudemos observar uma alta do Índice Nacional do Custo Construção (INCC) nos últimos doze meses, logo, isso rendeu bons resultados ao fundo, que possui boa parte da carteira alocada em produtos deste segmento”. 

O INCC calcula a variação do custo da construção habitacional e influencia a parcela dos financiamentos de imóveis ainda na planta. 

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