Considerado um risco, novo ciclo da Covid pode desafiar Fed e recuperação econômica

Novo cenário epidemiológico têm forçado outros bancos centrais a reverem suas políticas monetárias
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Cinco semanas após abandonar sua referência ao coronavírus como um peso à economia, o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) está enfrentando um aumento nos casos de Covid-19 que tem alimentado dúvidas sobre a recuperação mundial e já está forçando outros bancos centrais a considerar reformular suas políticas monetárias.

O ritmo diário de novas infecções mais que dobrou desde a reunião de política monetária do Fed, que aconteceu em 16 de junho. Na ocasião, o chair do Fed, Jerome Powell, disse que, embora fosse “prematuro declarar vitória” devido ao surgimento da variante Delta do coronavírus, a queda nas infecções, hospitalizações e mortes “deveria continuar”.

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Não continuou. E, embora os piores surtos recentes tenham sido isolados, notícias de aumento no número de casos afetando mais uma vez a capacidade dos hospitais se espalharam nos mercados financeiros, gerando uma venda generalizada anteontem (20).

Os rendimentos do Treasury caíram em sinal de que investidores talvez estejam perdendo a confiança tanto na perspectiva de crescimento dos EUA quanto na capacidade do Fed de lidar com uma pandemia ressurgente –que pode exigir mais apoio do banco central– e com a alta inflação –que pode demandar uma abordagem mais restritiva.

Analistas ainda esperam que o crescimento econômico em 2021 seja o mais forte desde 1984, mas agora estão novamente monitorando os dados em tempo real em busca de sinais de que a variante Delta está mudando esse comportamento.

A reunião do Fed para a próxima semana será novamente complicada, ofuscada por algo sobre que epidemiologistas têm advertido mesmo com a distribuição das vacinas: o coronavírus não desaparecerá facilmente, e é provável que permaneça sendo um risco cíclico à economia e à saúde das pessoas nos próximos anos.

Enquanto isso, a variante Delta “pode frear” a recuperação dos EUA, disse o presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, à National Public Radio no fim de semana, “o que seria um grande retrocesso para nós”.

(com Reuters)

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