Ibovespa passa a ter queda no ano

Disseminação da variante Delta tem ampliado preocupações sobre a retomada econômica
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O Ibovespa fechou em queda pelo segundo pregão consecutivo hoje (17), renovando mínima intradia desde abril e voltando a ficar no vermelho no acumulado do ano, em meio a um ambiente externo hostil, com preocupações sobre o crescimento econômico e sem alívio nos ruídos fiscais e políticos no Brasil.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,07%, a 117.903,81 pontos, na véspera de vencimentos de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro. No pior momento, caiu a 116.247,81 pontos, menor patamar intradia desde 5 de abril. No ano, agora acumula queda de 0,94%.

OLHA SÓ: Ibovespa recua com preocupações sobre retomada econômica

O volume financeiro na sessão somou R$ 38 bilhões.

A disseminação da variante Delta do coronavírus em vários países tem ampliado preocupações sobre a retomada econômica, com números mais fracos do varejo norte-americano pesando em Wall Street e contaminando a bolsa paulista.

Para o líder de alocação de renda variável da Blue3, Victor Licariao, o aumento do risco geopolítico por causa da questão EUA/Talibã e dúvidas sobre o crescimento na China também pressionam as ações, deixando o cenário externo mais turvo, além de incertezas políticas e fiscais no Brasil.

A falta de definição no Congresso em relação à votação de etapa da reforma tributária, segundo o sócio e economista da VLG Investimentos, Leonardo Milane, também adiciona aversão a risco na bolsa paulista.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que tentará colocar em votação o projeto que muda regras do Imposto de Renda no plenário da Casa nesta terça-feira, mas reconheceu que a análise pode ser mais uma vez postergada.

Destaques

  • EMBRAER ON caiu 6,63%, no segundo pregão seguido de baixa, corrigindo parte da alta acumulada em agosto até a última sexta-feira, de 11,8%, na esteira da repercussão positiva ao balanço e a perspectivas de desempenho.
  • VALE ON caiu 1,65%, maior pressão de baixa no Ibovespa, em sessão de queda dos preços futuros do minério de ferro na China. No setor de mineração e siderurgia, o sinal negativo prevaleceu, com destaque para USIMINAS PN entre os papéis do Ibovespa, com queda de 5,09%.

E AINDA: Incertezas compensam dados dos EUA e dólar abandona queda ante real

  • IRB BRASIL RE perdeu 3,66%, tendo atingido mínima histórica no pior momento, afetada por prejuízo de R$ 206,9 milhões no segundo trimestre, menor do que a perda de R$ 656,7 milhões um ano antes, mas revertendo o lucro de R$ 50,8 milhões no primeiro trimestre.
  • YDUQS ON avançou 6,23%, após reportar lucro líquido de R$ 116,5 milhões no segundo trimestre, ante prejuízo um ano antes, desempenho apoiado em um melhor faturamento e medidas de cortes de custos.
  • CEMIG PN subiu 2,81%, na esteira de lucro líquido de R$ 1,94 bilhão no segundo trimestre, alta de 80% ante igual período do ano passado, apontando resultados positivos tanto nas operações de geração e transmissão quanto de distribuição.
  • PETROBRAS PN fechou estável, apesar da queda do petróleo no exterior, com o Brent caindo 0,69%.
  • ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 0,36% e BRADESCO PN perdeu 0,39%, com agentes financeiros monitorando desdobramentos ligados a mudanças tributárias propostas pelo governo federal.

(com Reuters)

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