O dólar fechou em queda ante o real hoje (13), mais do que devolvendo a alta do pregão anterior, com investidores atentos às movimentações nos mercados de moedas no exterior antes da divulgação na terça de dados de inflação nos EUA, enquanto no plano doméstico o noticiário político seguiu sob os holofotes.
O dólar à vista caiu 0,84%, a R$ 5,2236. A moeda variou de R$ 5,266 (-0,03%) a R$ 5,2016 (-1,26%).
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Na sexta, a cotação havia subido 0,77%, para R$ 5,2679, com o mercado assumindo posição mais defensiva para o caso da publicação de novas manchetes negativas na seara política ao longo do fim de semana.
No entanto, no sábado o presidente Jair Bolsonaro manteve o tom mais baixo ao dizer que os Três Poderes da República precisam ser respeitados, enquanto as manifestações contra o chefe do Executivo ocorridas no domingo aparentemente não assustaram o governo.
Com isso, investidores devolveram o prêmio de risco acumulado na sexta e colocaram o dólar em patamar mais baixo.
De toda forma, o clima segue instável, enquanto bancos estrangeiros mantêm tom mais negativo em relação à taxa de câmbio brasileira, em meio ao conflito político interno.
O Goldman Sachs excluiu o real de uma lista de moedas em que os rendimentos mais atrativos podem beneficiá-las de maneira mais decisiva. Rublo russo, rupia indiana e peso mexicano são favoritos.
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“Por outro lado, ficamos menos construtivos com o real. Seu elevado beta cíclico deve se mostrar menos favorável em uma recuperação (econômica) mais contida, e a volatilidade tende a aumentar à medida que nos encaminhamos para um ano eleitoral”, disseram estrategistas do banco em nota.
No documento, eles passaram a ver dólar mais alto em três meses (R$ 5,10), seis meses (R$ 5,00) e 12 meses (R$ 4,95). Antes, as projeções estavam em R$ 4,70, R$ 4,65 e R$ 4,60, respectivamente.
Sobre atividade econômica mais fraca, o JPMorgan piorou sua perspectiva para o crescimento da economia brasileira neste ano e no próximo e agora vê expansão em 2022 de apenas 0,9%.
O Morgan Stanley avaliou que o real continua sendo a moeda preferida para venda dentro de seu portfólio de divisas emergentes.
“A elevada inflação continua sendo um obstáculo para o ‘carry’ (retorno em taxa de juros oferecido pelos investimentos na moeda brasileira), conforme os juros reais seguem em patamares muito baixos”, disseram estrategistas do banco em relatório, no qual citam que o real é a terceira moeda mais cara no universo emergente.
Sinal da aversão de investidores estrangeiros à volatilidade da moeda brasileira, especuladores venderam contratos de real na Bolsa Mercantil de Chicago no ritmo mais forte em sete meses na semana finda no tão falado 7 de setembro, com a aposta favorável à moeda brasileira caindo ao menor patamar em três meses.
Na terça, o mercado se volta para dados de inflação ao consumidor nos EUA referentes a agosto, em busca de pistas sobre quando o banco central norte-americano pode anunciar um cronograma de corte de estímulos. O índice do dólar no exterior rondava estabilidade no fim desta tarde.
(Com Reuters)
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