Quando pensamos em investir em uma empresa, é necessário analisá-la, assim como sua trajetória. Isso vale inclusive nos casos em que a companhia tem reconhecimento e já é muito conhecida, como é o caso da Vivara, uma das maiores redes varejistas de joalheria do Brasil.
Só com essa “investigação” é possível entender se o seu investimento no negócio pode valer a pena.
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Alta valorização
A Vivara entrou na bolsa há quase dois anos e, desde então, registrou uma valorização superior a 30% – os papéis estão cotados a R$ 30,72 no fechamento do dia 22 de setembro. A companhia, apesar de considerada uma smallcap – classificação usada para empresas que possuem entre R$ 300 mil e R$ 2 bilhões de valor de mercado – , está conquistando os analistas e aparecendo em algumas carteiras recomendadas de corretoras.
Fundada em 1962 como uma loja familiar de joias feitas com cuidado e exclusividade, a empresa hoje acumula 268 pontos de vendas e mais de 2.900 funcionários. Em 2012, passou a atuar também no e-commerce. Dois anos mais tarde, as vendas online se tornaram o principal canal em faturamento e volume.
Já em 2018, a empresa atingiu a marca de 24 milhões de usuários únicos e crescimento no faturamento de 11% em comparação ao ano anterior.
Mercado de atuação
O setor varejista, que se beneficia da alta movimentação das pessoas nas ruas e nos shoppings, foi um dos setores mais prejudicados pela pandemia de Covid-19. No caso do setor de joias e semijoias, esse cenário é ainda mais delicado. Por não serem considerados bens essenciais, esses produtos sofreram ainda mais com a diminuição de renda da população brasileira.
As companhias do segmento precisaram se ajustar à nova realidade para manter suas finanças. O ambiente digital acabou funcionando como uma tábua de salvação: campanhas online, vendas por sites e live marketing e até eventos a distância conseguiram manter pelo menos parte dos negócios girando.
Graças ao seu porte e tempo de atuação, a Vivara conseguiu administrar potenciais problemas financeiros.
Saúde financeira
A Vivara registrou lucro líquido de R$ 81 milhões no segundo trimestre de 2021 e R$ 214 milhões entre junho de 2020 e junho de 2021.
Os analistas da XP Investimentos encaram a companhia sob um ponto de vista positivo. O argumento passa pelos fatos de que a Vivara ainda tem espaço para aumentar sua consolidação no mercado, e de que seus resultados financeiros tendem a ser manter estáveis. Os especialistas citam, ainda, o papel da marca na na democratização do consumo de joias no país.
Já os analistas da Suno Research ressaltam que alguns indicadores da empresa não são tão bons assim. O P/L, que compara o preço da ação com o lucro da empresa por ação, é de 33,67, um número considerado alto e que pode indicar que a ação está sendo vendida 33,67 vezes mais cara que o seu lucro. Por outro lado, a empresa não possui uma dívida líquida, o que é um ótimo sinal.
*Este artigo não é uma recomendação
Carol Proença é estudante de economia e especialista de investimentos certificada