O mês foi marcado por grandes volatilidades no mercado brasileiro e internacional, movimentado por riscos econômicos e decisões do governo norte-americano.
Aconteceu no Brasil
No Brasil, teve muita preocupação do mercado com a política fiscal do país. Além das propostas sobre o parcelamentos das dívidas para excluir do teto de gastos, a ideia de novos programas que vão gerar mais despesas para o governo preocupou o mercado financeiro, já que a União estaria gastando mais do que arrecadando.
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No entanto, por causa da inflação, as expectativas de um novo aumento da taxa de juros fortaleceram alguns setores da bolsa, como o financeiro. Além disso, o aumento também pode atrair investidores estrangeiros para investir no governo brasileiro.
O mês também foi marcado pela volatilidade no preço das commodities, principalmente o minério de ferro e o petróleo. Dessa forma, as ações de empresas como Vale e Petrobrás também foram voláteis. Por outro lado, existe uma expectativa de que ocorra um aumento da demanda na China por minério de ferro, o que favorece as empresas brasileiras.
No final do mês foi divulgado a considerada prévia da inflação do mês de agosto: o IPCA-15. Segundo a FGV, os dados chegaram a uma inflação de 0,89%, sendo o maior dado do período desde 2002. O maior aumento foi da energia elétrica, de 5%. O maior fator para o aumento das contas de luz é a crise hídrica, que também assusta o mercado.
Aconteceu no mundo
Nos Estados Unidos, o mês começou de forma positivo com os dados de desemprego. O relatório de empregos mostrou que a economia norte-americana criou 943.000 empregos no mês de julho. O mercado tinha a expectativa de que a economia tivesse criado 845.000 empregos no mês. Como resultado, a taxa de desemprego caiu para 5,4%, mais otimista que a expectativa de 5,7%.
Neste mês também foi divulgado a ata do Banco Central dos Estados Unidos. Segundo o Federal Reserve, a economia chegou em a bom nível, a meta de inflação está próxima de ser alcançada e o país tem registrado evolução na geração de empregos. Assim, o governo poderia começar a reduzir a compra de títulos nos Estados Unidos.
Na última semana do mês ocorreu o Simpósio de Jackson Hole. O evento reuniu os principais bancos centrais do mundo para discussões sobre a política econômica dos países. No entanto, o mercado estava focando nas declarações dos Estados Unidos.
O que esperar para setembro
O foco do mercado será com a crise hídrica. Além disso, os conflitos políticos também estão gerando cautela entre os investidores.
Em setembro também irá ocorrer a reunião do COPOM. Nesta reunião, será definida a nova taxa Selic e o mercado já está projetando mais uma alta da taxa.
Nos Estados Unidos, os investidores estarão mapeando as próximas decisões do governo para a política econômica. Com o governo dando sinais de que vai reduzir os estímulos na economia, o mercado irá focar no modo e quando o governo começará a fazer essa redução.
Carol Proença é estudante de economia e especialista de investimentos certificada
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