Elas que Lucrem na Bolsa: Por dentro da Americanas

Companhia é uma das principais empresas do setor de varejo no Brasil
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Quando pensamos em investir em uma empresa, é necessário analisá-la, assim como sua trajetória. Isso vale, inclusive, para as mais tradicionais e já conhecidas do grande público, como é o caso da Americanas, uma das maiores redes varejistas do Brasil. 

Só com essa “investigação” é possível entender se o seu investimento no negócio pode valer a pena.

Alta valorização

Fundada em 1929 em Niterói, no estado do Rio de Janeiro, pelos norte-americanos John Lee, Glen Matson, James Marshall e Batson Boger, e pelo austríaco Max Landesmann, a empresa – batizada inicialmente de Lojas Americanas – tinha como lema “nada além de dois mil réis”, uma alusão aos preços atrativos que oferecia.

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Em 1940, a empresa abriu capital e se tornou uma sociedade anônima, passando  a ter suas ações negociadas em bolsa. Em 1999, entrou no mercado digital e lançou sua plataforma de vendas online, batizada de Americanas.com.

Desde o início dos anos 2000, a varejista vem implementando um ousado plano de expansão. Em 2003, foram inauguradas 13 lojas, além de outras duas no modelo compacto, a Americanas Express. No ano seguinte, outras 35 novas lojas passaram a operar, além do centro de distribuição de Barueri, em São Paulo. Em 2005, outros 37 novos estabelecimentos foram integrados à rede varejista que, no mesmo ano, adquiriu o canal de vendas Shoptime. Nos 12 meses seguintes, outras 45 lojas foram criadas. Ainda em 2006 foi criada a B2W – Companhia Global do Varejo, fusão entre a Americanas.com e o Submarino, até então um dos principais marketplaces do país. No ano seguinte, comprou a BWU, detentora da marca Blockbuster.

Em 2009, quando completou 80 anos, a Lojas Americanas lançou um programa de expansão de 400 lojas até 2013. Com o sucesso da iniciativa, estabeleceu uma nova meta: 800 novos estabelecimentos entre 2014 a 2019. Atualmente, a companhia conta com cerca de 1.700 lojas espalhadas pelo país e tem boa parte de seu controle nas mãos dos bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, por meio de vários veículos de investimentos. Em julho do ano passado, o trio que comanda a 3G Capital injetou mais recursos na companhia. 

Em abril deste ano, a subsidiária IF Capital fechou contrato para a adquirir 70% das ações do Grupo Uni.co, que tem forte presença no varejo de franquias no Brasil e dono das marcas Puket, Imaginarium, MinD e Lovebrands. 

Desde 2000, as ações da Americanas apresentaram uma alta de mais de 63.000.000%. No entanto, a partir de fevereiro deste ano, a companhia tem experimentado quedas expressivas, que já chegam a 60%.

Mercado de atuação

O setor varejista, que se beneficia da alta movimentação das pessoas nas ruas e nos shoppings, foi um dos mais prejudicados pela pandemia de Covid-19. E a retomada tem sido a passos lentos. “A queda do comércio no mês de agosto foi generalizada, com a única alta mais significativa tendo sido apresentada pela venda de tecidos, vestuário e calçados, segmentos que têm se beneficiado do avanço da vacinação e da reabertura do comércio no país”, diz a economista Lisandra Barbero, do Banco Original.

O maior desafio, agora, é lidar com o aumento da demanda, principalmente porque estamos próximos ao fim do ano, época em que o consumo cresce exponencialmente. Entretanto, a crise sanitária provocou também uma redução na produção e, consequentemente, no abastecimento, esvaziando as prateleiras. Esse cenário também estimula a inflação, ou seja, os produtos ficam mais caros.

“Como já alertávamos nas últimas divulgações da PMC (Pesquisa Mensal de Comércio), esse crescimento de fato deve ser mais ameno em função de uma série de fatores: inflação elevada, alta da Selic, redução dos incentivos fiscais e creditícios e desemprego ainda elevado”, completa a especialista. 

As principais concorrentes da Americanas, também com ações listadas em bolsa, são o Magalu e a Via Varejo.

Saúde financeira

No último trimestre, a Americanas registrou lucro líquido de R$ 254 milhões. O consolidado do ano, entre junho de 2020 e 2021, foi de R$ 542 milhões.

Segundo a analista de varejo da XP Investimentos Danniela Eiger, a saúde financeira da empresa é satisfatória. A dívida não é superior ao caixa da empresa, o que é um fator positivo, e possui um ecossistema formado por diversos negócios, o que também é  favorável. Além disso, a empresa é conhecida e tem uma marca forte no Brasil.

Segundo ela, o ponto mais desfavorável é que a empresa não possui uma consistência nos resultados. “Isso gera incerteza entre os investidores e atrapalha o desempenho da ação.”

A relação entre dívida líquida e patrimônio líquido é de 0,69%, o que resulta num nível de endividamento bom para uma empresa desse porte. No entanto, a relação entre o preço e o lucro de cada ação (o famoso P/L) é considerado um pouco alto, de 16,87.

Nos últimos 12 meses, a empresa já pagou R$ 0,21 por ação aos seus acionistas.

Carol Proença é estudante de economia e especialista de investimentos certificada

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