Especial A Queda da Bolsa: Como aproveitar outros investimentos?

Entenda como ficam renda fixa, fundos imobiliários, dólar, ouro e criptomoedas em um cenário de crise
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Quando uma crise financeira se avizinha, é normal que os investidores, preocupados, busquem entender como isso pode afetar a bolsa de valores e o desempenho das ações – até para descobrir como identificar oportunidades. Mas vale lembrar que o mundo dos investimentos é altamente diversificado e existem outros produtos além dos títulos patrimoniais, que também podem sofrer alterações de forma positiva ou negativa dependendo do cenário.

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Para entender se existe uma oportunidade real de investimento, é preciso acompanhar o movimento da economia. “É sempre bom ler os jornais e analisar o que investidores mais experientes estão antecipando. Quanto mais informações e conhecimento as pessoas tiverem, mais tranquilas elas ficarão”, diz Julia Wazlawick, embaixadora da Necton Investimentos.

Como fica a renda fixa durante uma crise econômica?

Existem diversos produtos de renda fixa, mas os dois principais, Tesouro Direto e títulos privados, estão atrelados à taxa de juros e à inflação. Dessa forma, é necessário entender também esses dois fatores econômicos para identificar possibilidades de investimento.

Durante uma crise, as medidas tomadas pelo governo variam e, dependendo da situação, podem impactar os investimentos. Por isso, é bom acompanhar também as políticas governamentais.

Em um cenário onde a inflação é alta, por exemplo, o governo tende a aumentar a taxa de juros (Selic). Isso favorece os investimentos atrelados ao índice, como o Tesouro Selic e os CDB’s.

No entanto, quando a taxa de juros sobe, os investimentos que possuem uma taxa pré-fixada tendem a se desvalorizar, ou seja, caso sejam resgatados antes do vencimento, vão entregar uma rentabilidade menor, o que fará o investidor perder dinheiro.

“Estamos num cenário no qual o Banco Central está aumentando a taxa de juros. Nesses casos, os investimentos pós-fixados, como o Tesouro Selic, são mais aconselháveis do que os pré-fixados”, diz Julia. 

A especialista diz, ainda, que além das taxas de juros, é importante também analisar os vencimentos dos títulos de renda fixa. Quanto maior o prazo, mais arriscado o investimento, já que não é possível prever com certeza o que pode acontecer ao longo dos anos.

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Já em um cenário de aumento de preços, os investimentos atrelados à inflação costumam trazer uma rentabilidade interessante.

Julia cita como exemplo o Tesouro IPCA. “O principal foco quando alguém procura investir é proteger o poder de compra, ou seja, fazer com que o dinheiro não perca o valor com o aumento dos preços.”

E os fundos imobiliários?

Com os fundos imobiliários, existem dois aspectos que podem ser afetados: os dividendos e o valor da cota.

Em períodos de quedas da bolsa, os fundos imobiliários podem seguir esse comportamento. Em relação aos dividendos, eles variam de acordo com o impacto que aquele imóvel ou o setor poderão sofrer com a queda da bolsa.

“Os fundos imobiliários também sentem os impactos de uma instabilidade econômica. Como trabalham com aluguéis, uma crise sanitária, por exemplo, como a de Covid-19, impacta fortemente. Por outro lado, alguns setores podem se beneficiar. A área de aluguel de galpões logísticos foi um dos destaques positivos da pandemia graças ao incremento exponencial do comércio eletrônico”, diz Julia.

Como ficam os investimentos em dólar?

Quando o clima está incerto no Brasil, o dólar tende a se valorizar. Isso acontece porque o preço da moeda norte-americana é influenciado pela oferta e demanda, ou seja, se muitas pessoas buscam por ela, o preço sobe.

“Todo mundo deveria ter um pouco de dólar na carteira ou um ativo atrelado a ele. A ideia principal dessa diversificação é se proteger do risco Brasil tem”, diz a especialista.

E o ouro?

O ouro possui uma vantagem em relação aos outros investimentos: por ser uma forma antiga de reserva e não estar atrelada a nenhum governo, pode ser atraente ter na carteira para se proteger em caso de uma crise surgir.

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“O ouro também é um metal escasso, o que faz com que tenha um diferencial, já que as moedas podem sempre ser emitidas pelos bancos centrais. Além disso, é uma forma de proteger a carteira e diversificar os investimentos de renda variável. É um investimento de longo prazo e devemos evitar sua compra em tempos de crise, já que o preço tende a aumentar bastante”, complementa Julia.

E as criptomoedas?

As criptomoedas são investimentos novos, ou seja, é mais complicado entender o seu comportamento em períodos mais agitados por falta de histórico.

No entanto, por ser um investimento com alta volatilidade e novo, tende a ser mais arriscado do que os demais. Por isso, a recomendação é não destinar uma grande parte do patrimônio nesse produto.

“As moedas digitais não estão ligadas a outros ativos e são independentes dos bancos centrais. No entanto, elas são extremamente voláteis e podem ser reguladas por algum BC. É interessante ter um pouco na carteira para diversificá-la, mas não como uma forma de proteção”, finaliza a embaixadora.

Carol Proença é estudante de economia e especialista de investimentos certificada 

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