Com 2021 chegando ao fim, muitas investidoras estão relembrando como foi o ano no mercado financeiro e pensando o que devem esperar para o próximo. Dessa forma, é interessante rever os principais acontecimentos que marcaram a bolsa de valores neste período.
O ano foi considerado uma continuação dos eventos que se iniciaram em 2020, com a pandemia ainda impactando a bolsa e a economia, mas também houve um alívio por causa da vacinação. No entanto, a Covid-19 ainda foi a principal protagonista do desempenho das bolsas ao redor do mundo.
Conheça a plataforma de educação financeira e emocional EQL Educar. Assine já!
A primeira metade de 2021 foi positiva para as investidoras, com a bolsa engatando uma crescente alta que permaneceu até o mês de junho. No entanto, o segundo semestre foi marcado por uma grande queda ocasionada por problemas econômicos e políticos do país.
Veja abaixo os grandes eventos que marcaram a bolsa brasileira em 2021:
19 de janeiro: início da vacinação no país
O início do processo de vacinação do país surgiu como uma luz no fim do túnel para o fim da pandemia e da crise econômica. Com a disponibilidade de vacinas, algumas medidas de restrição começaram a ser flexibilizadas no Brasil e no mundo.
Com isso, os dados sobre a atividade econômica do país passaram a ser mais positivos e as bolsas sentiram positivamente a notícia.
Segundo a estrategista de ações da XP Investimentos, Jennie Li, “o começo da vacinação foi mais lenta do que o esperado, mas a partir do momento em que o processo se acelerou, houve um otimismo entre os investidores. O sistema de saúde auxiliou bastante e houve uma boa aceitação da população sobre a vacinação em comparação com os Estados Unidos”.
A estrategista ainda ressalta que, com as pessoas voltando a circular e consumir no Brasil e no mundo, as commodities, principalmente o minério de ferro e o petróleo, apresentaram uma boa valorização e empresas, como a Vale e a Petrobras, cresceram bastante no primeiro trimestre.
4 de junho: Ibovespa atinge 130 mil pontos
Com os resultados positivos das empresas, a vacinação andando e os governos tomando medidas para aquecer a economia no Brasil e no mundo, a bolsa entrou em um grande processo de alta, atingindo diversas máximas históricas.
No dia 4 de junho, ela registrou o seu recorde, fechando em 130.125 pontos.
Jennie ainda ressalta que a valorização das commodities também foi muito benéfica e ajudou a bolsa a chegar no patamar dos 130 mil pontos na metade do ano, pois as empresas brasileiras que atuam neste mercado se beneficiaram.
OLHA SÓ: 5 ações que mais subiram e caíram em 2021
20 de setembro: calote da Evergrande
O calote da Evergrande causou um grande baque no mercado financeiro. Como a companhia é a segunda maior da construção civil da China, uma dívida não paga e uma possível falência da empresa poderiam significar uma crise no mercado imobiliário do país.
Segundo a estrategista, como o setor é o mais relevante da China, isso provocou nos investidores preocupação de um possível efeito cascata que resultaria em uma crise imobiliária no país.
30 de setembro: inflação ultrapassa os 10%
Com a economia aquecida, as pessoas consomem mais, o que gera um aumento na procura por produtos. No entanto, as empresas tiveram dificuldade para suprir essa demanda por causa da alta dos custos devido à pandemia. O resultado foi uma inflação que, no mês de setembro, atingiu o patamar de 10,25% no acumulado em 12 meses.
“Entre os fatores que impactaram a bolsa brasileira estão a inflação persistente, o crescimento da demanda e a oferta que não foi suprida. A crise energética também contribuiu para o aumento das contas de luz”.
4 de novembro: descoberta da variante ômicron
Quando as expectativas giravam em torno do fim da pandemia, a notícia de uma nova variante chocou o mercado financeiro e provocou uma cautela entre os investidores ao redor do mundo. O resultado foi a queda das bolsas mundiais e brasileiras com o receio de uma nova onda da Covid-19.
“Apesar do susto com a descoberta da ômicron, as novas pesquisas acalmaram os investidores, principalmente em relação à mortalidade baixa e à contenção da variante com uma terceira dose da vacina”, afirma a estrategista.
LEIA MAIS: 2021: um ano louco para a economia
8 de dezembro: Selic atinge 9,25%
Com a alta da inflação, o governo passou a tomar medidas para conter o aumento dos preços e uma delas foi subir a taxa básica de juros (Selic). No início de 2021, ela estava em 2% ao ano, mas com o avanço de 7,25 pontos percentuais, a taxa encerrou em 9,25%.
“Quando a taxa Selic estava em 2%, muitos investidores foram atraídos para a bolsa brasileira. Com a alta bem relevante da taxa, as empresas da bolsa são impactadas e a renda fixa se torna mais atrativa”, completa Jennie.
15 de dezembro: a PEC dos precatórios é aprovada
O final do ano ainda foi marcado por um receio em relação a uma possível crise fiscal no país. Com a pandemia, o governo aumentou os seus gastos para reparar os estragos causados pelo coronavírus, consequentemente, passou a ter menos dinheiro para projetos, como o Auxílio Brasil no valor de R$ 400.
Para contornar a situação, o governo criou uma PEC que permitia parcelar as dívidas judiciais que possui. Dessa forma, teria mais espaço no orçamento para gastar.
A estrategista ressalta que o risco fiscal impactou bastante a bolsa brasileira. Segundo ela, esse aspecto deve ser destaque entre os investidores em 2022, principalmente por causa das eleições do próximo ano.
Carol Proença é estudante de economia e especialista de investimentos certificada
Fique por dentro de todas as novidades da EQL
Assine a EQL News e tenha acesso à newsletter da mulher independente emocional e financeiramente