6 aplicativos para organizar suas finanças

Plataformas digitais podem ser mais vantajosas do que opções de controle de gastos tradicionais, como planilhas e planners, por exemplo
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Acessos aos aplicativos de finanças dobraram entre 2017 e 2019 no Brasil, segundo um estudo realizado pela Liftoff e App Annie (Foto: Liza Summer/Pexels)

Num país que registrou em dezembro o maior patamar de endividados desde 2010 –  76,3% das famílias, segundo levantamento da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) -, toda e qualquer ajuda é válida. E, ao que tudo indica, os brasileiros estão lançando mão, entre outros recursos, dos aplicativos que prometem organizar as finanças para tentar mudar esse cenário. O país ocupa, atualmente, o terceiro lugar no ranking mundial de acessos a plataformas do tipo, de acordo com o relatório State of Finance App Marketing Brazil de 2021.

Para Gabriela Viana, coCEO do aplicativo de pagamentos Friday, uma das principais razões para o alto número de usuários de apps financeiros é a entrada de pessoas mais adeptas à tecnologia no mercado de trabalho. “Vivemos na escala digital e temos acesso constante ao celular, que concentra grande parte das nossas vidas: relacionamentos, compras de supermercado, acesso a ferramentas de trabalho. Ele é o ‘meio’ pelo qual operamos. Por isso, é natural que também se torne o instrumento para cuidarmos das finanças”, afirma. 

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Uma pesquisa realizada pela Liftoff e App Annie constatou que os acessos a esses aplicativos dobraram entre 2017 e 2019, quando foram registradas cerca de 1 trilhão de entradas. Ainda conforme os dados do relatório, em 2020, esse número cresceu 35%. 

O motivo para os aumentos pode estar ligado, ainda, à busca dos brasileiros por uma maneira simples e mais rápida de gerir o orçamento do que agendas, planners, planilhas e outros métodos já bastante conhecidos. Para Raquel Santos, fundadora do iDelas, plataforma de gestão financeira para mulheres, os aplicativos têm vantagens em relação às opções habituais por tornarem as finanças mais claras e oferecerem, em alguns casos, até previsões de saldo. 

“Um aplicativo financeiro alimentado com as informações certas, ou seja, com os lançamentos categorizados e conciliação de contas, vai proporcionar inteligência e suporte para a tomada de decisão mais rápida e assertiva, com menos trabalho e perda de tempo”, esclarece.  

Raquel ressalta, no entanto, que, ainda que facilite o controle da renda, o uso dessas ferramentas não significa, necessariamente, ter organização financeira. “O que configura a organização são as decisões diárias que a pessoa toma dentro da realidade dela. De nada adianta usar o melhor sistema disponível se, no dia a dia, ela não analisa os gastos e não tem planejamento”, diz. 

Aplicativos e educação financeira 

Um dos desafios a ser superado no Brasil é o baixo acesso à educação financeira, fator que rendeu ao país o 74º lugar no ranking global que mede o nível de conhecimento sobre o assunto, produzido pela Standard & Poor’s. Além de os brasileiros serem pouco informados sobre finanças, eles ainda possuem dificuldades com o controle dos gastos. Segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 58% dos consumidores afirmaram nunca se dedicar à gestão das finanças ou somente fazer isso às vezes. 

Gabriela explica que essa dificuldade pode ser amenizada com a utilização dos aplicativos, já que, ao torná-los parte de suas rotinas, os usuários passam a receber dicas de organização financeira e até indicações de investimentos. “A experiência diária das pessoas com os apps traz facilidade e, consequentemente, acaba incentivando o uso com mais frequência”, afirma. 

Apesar de auxiliarem os consumidores a entender melhor os próprios gastos e oferecer orientações sobre finanças, as plataformas não podem ser encaradas como o principal meio de acesso à educação financeira, pois são limitadas a determinados tópicos, como controle da renda e criação de metas financeiras, por exemplo. Na visão de Raquel, vários aplicativos são focados apenas na organização dos dados financeiros e, por isso, podem não contribuir para que o usuário seja educado financeiramente. 

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“Muitos aplicativos foram criados apenas como depósitos de dados financeiros e, às vezes, por não saberem a teoria ou a prática da rotina do que precisa ser feito diariamente, os usuários acabam enfrentando grandes barreiras de entendimento. Um exemplo disso é a rotina de conciliação, tão importante e necessária, mas que muitas vezes é negligenciada pelo usuário porque ele não sabe o que ela significa e o aplicativo também não explica.”

Por isso, para não haver confusão no momento de escolher uma plataforma para ajudar você a cuidar das finanças, separamos uma lista com aplicativos que oferecem diferentes recursos. Veja, a seguir, seis apps de gestão financeira e o que eles oferecem: 

1. Friday (iOS e Android)

Diferente dos outros aplicativos apresentados na lista, o Friday é focado em pagamento de contas e, por isso, não possui funcionalidades como integração de contas e planejamento financeiro. 

A proposta da plataforma gratuita é centralizar os pagamentos em um só lugar, para evitar que os usuários esqueçam de fazê-los e também para economizar o tempo com a tarefa. Para isso, ele oferece a opção de pagar boletos e fazer transferências por meio do app, além de enviar notificações e lembretes das contas agendadas. 

O ponto negativo é que, para realizar o cadastro, só é possível utilizar a CNH. Então, caso não seja portador de uma carteira de motorista, o usuário não conseguirá criar uma conta na plataforma. 

2. Guia Bolso (iOS e Android)

Pioneiro na implementação do open banking no Brasil, o Guia Bolso utiliza os dados bancários dos usuários para ajudá-los a gerir o dinheiro, sem cobrar nada por isso. Ao conectar a conta corrente na plataforma, de maneira automática, são sincronizadas informações sobre o saldo bancário, valor da fatura do mês seguinte e quantia investida.

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No aplicativo, é possível criar metas financeiras, programar notificações de pagamentos de contas e consultar dívidas. Além disso, ainda há opções para contratar seguros, simular empréstimos e realizar investimentos por meio das instituições parceiras disponíveis na plataforma.  

3. iDelas (Android)

O iDelas também pretende auxiliar com a gestão das finanças, mas é voltado para mulheres empreendedoras. Assim como no caso dos outros aplicativos, também oferece controle das receitas e gastos, criação de metas e análises de desempenho financeiro, só que, neste caso, essas informações são relativas ao negócio da usuária. 

Para além das funções tradicionais, ele ainda possui ferramentas de criação de orçamentos, precificação do trabalho, negociação com clientes e fornecedores e oferece recomendações financeiras por meio de uma assistente virtual batizada de Quel. 

Os serviços podem ser utilizados após a assinatura de um dos planos, que incluem as mesmas funcionalidades e dividem-se em mensal (R$ 35,90/mês) e anual (R$ 350/ano). 

4. Mobills (iOS e Android)

Gratuito e focado em controle de gastos, o Mobills pede, já na configuração inicial, para que os usuários adicionem suas contas correntes e cartões de crédito à plataforma, além de dar a opção de criar um lembrete diário para o registro das compras e transações realizadas.

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Com as informações fornecidas, o app gera gráficos de despesas, oferece um balanço mensal das receitas e gastos e permite que o usuário crie um planejamento financeiro, com a definição de metas de consumo e a divisão da quantia disponível em diferentes categorias. 

A plataforma ainda possui uma aba com acesso a conteúdos de educação financeira, dados sobre o desempenho mensal do usuário em relação aos gastos e permite o cadastramento dos investimentos realizados, para que seja mais fácil acompanhá-los. 

5. Olívia (iOS e Android)

Com a promessa de reduzir os gastos dos usuários, a plataforma Olívia utiliza inteligência artificial e economia comportamental para oferecer recomendações personalizadas ao perfil do usuário gratuitamente. Além de dicas, o aplicativo conta com uma aba chamada “comunidade”, onde é possível interagir com outras contas cadastradas, por meio de comentários, compartilhamento de links e outras funcionalidades semelhantes às disponíveis nas redes sociais. 

Por fim, é possível conectar as contas dos bancos, corretoras e até operadoras de benefícios, como VR e Ben Visa Vale. A partir das informações sobre os gastos nessas instituições e também sobre a renda mensal do usuário, o aplicativo faz um balanço das entradas e saídas de dinheiro, além das economias feitas. 

6. Organizze (iOS e Android)

A plataforma é gratuita e propõe uma experiência melhor do que as planilhas na gestão do orçamento. Para isso, oferece a opção de integrar as contas dos bancos de maneira automática ou manual, e, assim, categoriza os gastos com os dados retirados das faturas. 

Além de dar um panorama geral sobre as entradas e saídas de dinheiro, a ferramenta também gera gráficos com cada tipo de despesa e permite que o usuário crie lembretes sobre contas a serem pagas. 

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