ETFs: entenda o que são e como funcionam os fundos de índice

Especialistas ressaltam facilidade e menor custo da aplicação em relação a outros investimentos
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ETFs
Produto é negociado na bolsa de valores e possui gestão passiva (Foto: Elas que Lucrem)

Negociados na bolsa de valores, os ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos de investimentos que podem ser compostos por ativos de renda fixa, como títulos do Tesouro Direto, ou de renda variável, como as ações. Esses produtos usam como referência um índice de mercado, o que significa que o ETF que o investidor escolher vai apresentar uma rentabilidade muito próxima ao indicador ao qual ele estiver atrelado.

De maneira simples, o que acontece é que os ativos de determinado índice, como o Ibovespa – composto pelas principais ações de empresas brasileiras -, são “copiados” pelo ETF. Assim, é possível comprar uma cota do fundo, equivalente a uma fração dele, e investir em todas as companhias incluídas na carteira, sem ter que adquirir os papéis de cada uma delas. 

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Paloma Brum, analista de investimentos da Toro, explica que as cotas de um ETF são negociadas na B3 de maneira semelhante às ações. No entanto, se ao comprar uma ação o investidor se torna, teoricamente, dono de uma pequena fração da empresa, com uma cota de um ETF o investidor terá em sua carteira um produto que entrega um desempenho que calcula a média de todos os ativos presentes em um determinado índice de referência. O rendimento do fundo para cada pessoa dependerá de quantas cotas foram compradas por cada uma. 

Neste contexto, a especialista pontua, ainda, que o principal risco desse tipo de investimento é, justamente, o desempenho dos preços dos ativos que estão incluídos no índice que o fundo replica. Além da volatilidade, que é uma característica comum aos produtos da renda variável, outros pontos de atenção de um ETF são a sua liquidez (a velocidade com que o investidor consegue vender as suas cotas no mercado) e o deslocamento entre o retorno do ETF e o próprio índice de referência. Embora a ideia central desse produto seja replicar a carteira e o desempenho de um índice, caso haja mais gente querendo vender do que comprar um determinado ETF no mercado, o preço dele tende a cair mais que o próprio índice de referência, assim como o oposto também é verdadeiro.

Já a remuneração dos ETFs é feita somente por meio da valorização das cotas. Mariana Couto, especialista em renda variável da Blue 3, destaca que os fundos de índices não pagam dividendos, como outros fundos de investimentos. Por isso, para ganhar dinheiro com a aplicação, é necessário vender as cotas no momento de alta, ou seja, quando elas estiverem valorizadas. 

Perfil e objetivos do investidor em ETFs

Por ser mais arriscado do que o investimento em ativos de renda fixa, que oferecem certa previsibilidade quanto ao rendimento, os ETFs são recomendados para aqueles que pretendem investir a longo prazo. Assim, em caso de variações negativas, haverá tempo para que o investimento recupere seu valor antes de ser vendido, aponta Mariana.

Paloma ainda acrescenta que os fundos de índices podem ser uma opção para os investidores que buscam diversificar o portfólio entre diferentes setores e teses de investimentos. A grande vantagem, destaca a economista, é a facilidade de negociação por meio dos ETFs. 

Por fim, além dos objetivos, é imprescindível analisar se o investidor se encaixa no perfil desse tipo de aplicação e se tem os conhecimentos primordiais para investir nela. Para Bia Moraes, educadora financeira da Ativa Investimentos, os ETFs são indicados para perfis agressivos e, em alguns casos, até para os conservadores, por permitirem a diversificação da carteira sem haver a necessidade de avaliar cada um dos ativos que o compõem. 

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Diferença entre ETFs e demais fundos de investimento

Assim como outros fundos de investimentos, os ETFs podem ser compostos por diversos ativos, como moedas, ações e commodities, por exemplo. No entanto, a grande diferença dele para os demais diz respeito a sua gestão, já que esse tipo de fundo possui renda passiva em vez de ativa. 

Nos fundos de índices, o gestor não altera os ativos da carteira com base nas próprias análises, como em outros fundos de investimentos. Por isso, a gestão é chamada de passiva. O que acontece, como já mencionado anteriormente, é apenas a replicação dos produtos incluídos em um índice de referência, como explicou Mariana. 

Outra disparidade está relacionada à maneira de adquirir esse tipo de investimento, visto que os fundos tradicionais são disponibilizados na prateleira das corretoras e os fundos de índices não. “As cotas de ETF são negociadas na B3 de forma semelhante às ações, ou seja, precisam ser adquiridas no pregão da bolsa de valores por meio de uma corretora ou banco. Também podem ser usados pelos investidores como margem para realizar outras operações no pregão. Essa possibilidade não existe nos fundos tradicionais”, aponta a especialista em renda variável. 

Além disso, os ETFs ainda se diferem no modo de distribuição das cotas, já que, assim que elas são distribuídas na oferta primária, apenas são negociadas entre outros investidores, não havendo a possibilidade de serem criadas mais delas. Já nos fundos de investimentos tradicionais, as cotas se multiplicam ou diminuem conforme as movimentações dos investidores na carteira.

“Os fundos de investimentos são veículos abertos do mercado financeiro,  nos quais os investidores podem aportar recursos que serão transformados em novas cotas do fundo, que terão a sua rentabilidade atrelada aos investimentos que o gestor do fundo fizer daquele dia em diante. Quando o investidor solicita um resgate, ocorre uma nova ‘cotização’, transformando as cotas em dinheiro (conforme a rentabilidade do período de permanência do capital no fundo) e, portanto, as cotas liquidadas deixam de existir”, esclarece Paloma. 

Vantagens e Desvantagens dos ETFs 

As principais vantagens do investimento, segundo as especialistas, estão relacionadas à praticidade, diversificação e custo acessível dos ETFs. Esses aspectos podem ser observados quando comparados às aplicações em ações de maneira unitária, por exemplo. 

Ao comprar uma cota de um ETF, como o BOVA11 – fundo baseado no índice Bovespa -, o investidor terá entre 65 e 70 ações, que correspondem aos papéis das maiores empresas brasileiras. Todos esses ativos são adquiridos por um valor menor do que se houvesse a aquisição de cada um deles separadamente, além de haver a diversificação da carteira.

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Já as desvantagens estão ligadas à gestão passiva, que limita os ganhos ao desempenho do índice; à remuneração, que não inclui dividendos e depende da venda das cotas na alta; e, por último, às taxas, que são menos atraentes nesses fundos. “Para ações, há isenção de IR para movimentação abaixo de R$ 20 mil no mês. O ETF não tem esse benefício: em todos os casos incide 15% de IR sobre o lucro”, destaca Mariana. 

Como investir 

Para investir em ETFs, além de ser essencial avaliar se o perfil corresponde a esse tipo de investimento, também é necessário ter uma conta aberta em uma corretora ou banco e analisar quais fundos de índices estão mais alinhados aos objetivos do investidor. Depois de já ter esses aspectos bem definidos, o próximo passo é abrir conta em uma instituição financeira que ofereça o produto, ou, caso ela já exista, transferir a quantia que deseja investir para iniciar as aplicações. 

Por último, basta acessar a plataforma de negociação da bolsa de valores e buscar pelo código do ETF pretendido, como explica Paloma. “Os códigos podem ser BOVA11, IVVB11, TECK11, por exemplo. Depois, é só editar a quantidade de cotas que deseja adquirir, conferir os detalhes da ordem de negócio e realizar o investimento”, finaliza. 

Taxas e impostos 

Outro tópico a ser considerado antes de investir nos fundos de índices são as taxas e impostos sobre essa aplicação. Além da tarifa de administração do ETF, que varia entre 0,20% e 0,80% e é cobrada diretamente do fundo, existem outros valores a serem pagos nesse tipo de investimento. Veja, a seguir, quais são eles:

Emolumentos: cobrado pela bolsa de valores sobre as operações de compra e venda de ativos e varia conforme o volume de cotas do ETF; 

Taxa de corretagem: cobrada pelas corretoras pelo serviço de intermediação das operações na bolsa de valores. A taxa pode variar em cada instituição, sendo que, em algumas delas, o valor é zerado; 

Taxa de custódia: paga às instituições intermediadoras ou à bolsa de valores. Muitas vezes não é cobrada; 

Imposto de renda: possui incidência de 15% sobre os lucros obtidos com os ETFs.

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