As mulheres representam menos de 26% no mercado de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, de acordo com a sigla em inglês), enquanto são quase metade (45%) do total de trabalhadores formais no Brasil. A informação é do levantamento financiado pelo International Development Research Centre (IDRC).
No entanto, esta não é uma característica única do Brasil. Nos Estados Unidos, mulheres são 47% do total dos trabalhadores, mas apenas 24% atuam em áreas tecnológicas. No Brasil, o contraste impressiona, já que 2,8% de todos os trabalhadores do país atuam no ramo de STEM, segundo os últimos dados de 2019.
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“Muito se fala, atualmente, em ciência, pesquisa e tecnologia como áreas do futuro, mas pouco se investe nisso no Brasil. É baixa a quantidade de trabalhadores, e, principalmente, de mulheres ingressando nessas áreas”, declarou Laísa Ratcher, uma das coordenadoras do levantamento, em entrevista ao Valor Econômico.
O estudo também mostra um padrão dentro da área de STEM, composta em sua maioria por homens brancos com alto nível de escolaridade. Mesmo que nos últimos anos a participação feminina no mercado de trabalho tenha crescido, dentro de áreas tecnológicas apenas o número de homens continua evoluindo. A proporção é de três homens para cada mulher dentro destes setores.
“São duas barreiras, uma que começa cedo e outras que vão surgindo ao longo da carreira. Poucas meninas ingressam no campo científico e tecnológico por causa de normais sociais que afetam o interesse e confiança delas nessas disciplinas. Para a formação e carreira profissional em STEM, é baixa a perspectiva de projeção, porque quando elas olham,não veem muitas mulheres trabalhando nessas ocupações e como modelos de referência”, diz Laísa sobre o assunto.
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Além do recorte de gênero, também é necessário observar uma desigualdade racial nesse ramo do mercado: apenas 30% dos trabalhadores de STEM são negros. No mercado de trabalho em geral, a população negra representa 45%.
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