Mulher na liderança de empresa ainda é raridade no Brasil

Segundo levantamento da B3, de cada 100 companhias com ações negociadas, apenas seis têm três ou mais mulheres em cargos de diretoria estatutária
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Apesar da crescente pressão de investidores e de outros públicos para que as empresas adotem políticas de maior inclusão, uma das iniciativas mais elementares nesse sentido, a participação de mulheres em postos-chave, ainda é raridade no Brasil.

É o que aponta um estudo feito pela B3 com as 408 companhias listadas na bolsa paulista. Segundo o levantamento, de cada 100 com ações negociadas, apenas seis têm três ou mais mulheres em cargos de diretoria estatutária. Um quarto delas têm somente uma e 61% não têm uma única mulher no corpo executivo e 45% não têm participação feminina no conselho de administração.

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A situação não melhora entre as que fazem parte do Novo Mercado, o segmento de adesão voluntária e tido como o de regras superiores em práticas como de boa governança, transparência e respeito aos minoritários.

Entre as 190 companhias listadas nesse segmento, 89% tinham uma ou nenhuma mulher entre os diretores. E as que tinham três ou mais mulheres nessa posição representam 3% do total.

O conselho de administração de 81% das empresas fora dos segmentos especiais de listagem, 168 empresas, não tem sequer uma única mulher ou tem apenas uma. No Novo Mercado, esse índice é de 75%.

A diretora de emissores na B3, Flavia Mouta, disse que, apesar das revelações do estudo, há avanços neste tema, com algumas empresas desenvolvendo iniciativas para dar maior diversidade nos conselhos e na diretoria.

“Mas temos uma longa estrada a percorrer, antes de avançar em novas etapas, como para incluir minorias, como negros e pessoas com deficiência física”, disse ela a jornalistas.

A própria B3 no mês passado fez uma captação de 700 milhões de dólares no exterior em bônus de 10 anos atrelados a algumas metas, incluindo de diversidade. Entre elas, a empresa terá que elevar dos atuais 27,2% para pelo menos 35% o percentual de mulheres em seus cargos de liderança até o fim de 2027 ou pagar juros maiores para investidores sobre esses papéis.

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O estudo chega no momento em que investidores e entidades do mercado de capitais têm exercido pressão crescente sobre as empresas listadas por práticas mais rigorosas em termos de proteção ao meio ambiente e inclusão de minorias.

Em agosto, a Securities and Exchange Commission (SEC, Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos) aprovou proposta da Nasdaq para que as empresas listadas tenham no conselho pelo menos duas lideranças diversas, sendo mulher e outra de grupos que incluem negros e a comunidade LGBTQIA+.

Quem não se adaptar à regra, que será implementada no prazo de dois a cinco anos, deve apresentar justificativa pública. Empresas que não se adequarem podem ser até excluídas da Nasdaq.

(Com Reuters)

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