O mês foi marcado por grandes volatilidades no mercado brasileiro e internacional, movimentado por dados econômicos e a temporada de balanços financeiros.
Aconteceu no Brasil
O mês iniciou com uma grande preocupação com os ruídos políticos em Brasília. Durante as investigações da CPI da Covid, alguns ministros foram citados, o que estabeleceu o clima de tensão no Congresso. A Procuradoria Geral da República também abriu um inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro por suspeita de complicações nas negociações da vacina indiana, Covaxin.
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Em junho, também começaram as negociações sobre possíveis mudanças no texto da reforma tributária. Algumas das alterações apontadas foram a redução no Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a manutenção da isenção de tributação sobre dividendos de fundos imobiliários, que foi amplamente debatida pelos investidores.
Durante o mês, o Congresso entrou em recesso. O presidente apresentou complicações de saúde e precisou ser hospitalizado. O processo da CPI da Covid e as negociações sobre a reforma tributária foram paralisados até a volta das atividades em Brasília. A ausência de notícias fez com que o mercado se guiasse pelo cenário internacional e pelo preço das commodities.
Aconteceu no mundo
Nos Estados Unidos, o início do mês veio com uma cautela do mercado em relação à economia norte-americana. Os dados de inflação e alguns sinais de que a atividade econômica estava se recuperando de forma mais lenta fizeram com que os investidores ficassem preocupados com o processo de retomada no pós-pandemia.
Apesar do processo de vacinação seguir em ritmo acelerado nos Estados Unidos e as pessoas retomarem a vida normal, sem máscara, em alguns estados, a variante Delta gerou preocupações pelo aumento no número de casos de Covid-19. Algumas regiões seguem preocupadas com uma possível terceira onda de infecções.
Em contrapartida, o mês foi marcado pelo início da temporada de balanços financeiros das empresas. O resultado foi surpreendentemente positivo e acima do que o mercado esperava. Das 500 principais empresas norte-americanas, 88% apresentaram um resultado positivo.
O que esperar para agosto
Com a volta das atividades em Brasília, o mercado deve se voltar para as investigações da CPI da Covid, o andamento da reforma tributária e também para as eleições de 2022.
A temporada de balanços continuará em agosto e os investidores permanecem analisando o desempenho financeiro das empresas, com o intuito de buscar sinais da retomada econômica no Brasil e no mundo. Apesar das companhias nos Estados Unidos mostrarem sinais positivos, as brasileiras têm reportado resultados mistos, o que preocupa o mercado.
Carol Proença é estudante de economia e especialista de investimentos certificada